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segunda-feira, 9 de maio de 2011

A Tontura

Estou tonto...
O que será que
bebi?
Pés e mãos gelados.
Tudo doe.
Minhas costas doem
meus pés e minhas pernas doem.
Rolo de um lado a outro da cama,
mas não acho posição confortável.
Sinto minhas costelas sendo esmagadas pelo meu peso
contra a porra da cama dura e cheia de buracos.

Tudo está disforme.
Tudo imperfeito.
Feio.
Vejo cores fortes que não combinam
não se complementam.
Estão misturadas
rachadas
rasgadas
rasuradas.

Enormes rachaduras impedem
minha passagem.
O gosto de sangue misturado a
poeira deixa minha boca seca,
sinto muita sede,
mas nada parece saciá-la.
Meu nariz coça tanto que chego a esfolá-lo.
É esse maldito cheiro de mofo no ar.

Aperto os olhos e puxo meus cabelos
para trás
olho em meus ombros e vejo os longos fios que caem
aumentando minha calvice inevitável
calvice progressiva
hereditária.

Meus olhos ardem como brasa.
Olho um reflexo num espelho trincado.
Não me reconheço,
não pode ser eu.
Parece mais um boneco,
um fantoche.

É isso! Um fantoche!
Não consigo destinguilo direito,
mas parece um homem.
No entanto vejo perfeitamente as cordinhas
em seus membros.

Alguém ai em cima...
hei!...
por favor...
Mexam as cordinhas,
levem-me até a janela.
Eu preciso respirar.

Sinto tanto sono....
Mas não consigo
dormir.


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