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terça-feira, 3 de maio de 2011

BARES

   Já andei por muitos bares, mas aqueles bares de periferia onde mal a lugar para se sentar e os fregueses ficam debruçados no balcão sobre suas bebidas e você pode ver nos cantos, bêbados com olhos perdidos em outros mundos, em dimensões longínquas, onde só ele sabe o caminho. Nesses bares você pode facilmente encostar num canto e beber solitário sem ser incomodado, ou então se enturmar facilmente com os outros fregueses, mas, tão fácil, pode arrumar uma briga daquelas e até , quem sabe, tomar uma garrafada na cabeça. Bêbados são muito sensíveis!
   Mas independente do que aconteça nesse tipo de lugar todos são sinceros com você, e pouco importa como está vestido ou onde mora ou ainda quanto ganha, mas estão todos interessados em ouvir como é seu trabalho, e o que você faz nele, ouvem com atenção seus problemas e contam os deles e também seus sonhos, e você pode testemunhar historias incríveis contadas por velhos bebuns em seus tempos de glória pueril contadas com emoção extra e também algum exagero, mas os fatos, propriamente ditos, pouco importam, o que realmente importa é a filosofia dos bares, dos homens, dos bêbados e dos vagabundos; daqueles que realmente vivem no mundo real.     

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