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sábado, 11 de agosto de 2012

DO SONHO


O sonho desprega-se das paredes do cérebro
Em placas tectônicas cor de diamante
E vagam pelo mundo metafísico
Abalando em tremores o corpo físico.
Estes impulsionam o maquinário humano
Fazendo com que suas vidas
Tenham um toque de
Divino.
Mas o tempo faz com que os sonhos,
Desgastados,
Tornem-se menos visíveis,
Sensíveis,
Exprimíveis,
E logo se transformam em fantasmas
A vagar pelo limbo do subconsciente
Vindo a consciência raras vezes
Disformes, incômodos e até
Irreconhecíveis
Para assombrar a mente do sonhador
Até caírem no esquecimento completo
Esperando quase que invisíveis
Que o eterno esquecimento os engulam
Na eterna escuridão
Ao qual estão fadados todos os homens.     

Um comentário:

  1. Bela poesia, gostei muito dos primeiros versos.
    "O sonho desprega-se das paredes do cérebro
    Em placas tectônicas cor de diamante"
    A imagem é muito forte, imaginei algo como as paredes de iceberg caindo no mar, porém o verso é muito mais forte, e a imagem sinestésica.
    Placas tectônicas, o seu movimento causa os terremotos, as erupções vulcânicas, é o que está escondido sob a superficie calma, que a move, que a sacode, abalando as certezas: os sonhos.
    As placas são de cor de diamante, o minério que se torna resistente pela pressão constante que recebe, e não teriam de ser assim os sonhos?
    Poesia tem que ser assim, na minha opinião, sem "és", sem certezas, imagens que se sucedem, não afirmam nada; são. Como é bom viajar em uma poesia...
    Parabéns!

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